O sofrimento faz parte da vida do homem, contudo, este se debate diante disso. E o que mais o faz sofrer é sofrer inutilmente, sem sentido.
Saber sofrer é saber viver. Os que sofrem fazem os outros sofrer também. Por outro lado, os que aprendem a sofrer podem ver um sentido tão grande no sofrimento que podem até amá-lo.
No entanto, só Jesus Cristo pode nos fazer compreender o significado do sofrimento. Ninguém sofreu como Ele e ninguém como Ele soube enfrentá-lo [sofrimento] e dar-lhe um sentido transcendente. Ninguém o enfrentou com tanta audácia e coragem como Ele.
Há uma distância infinita entre o Calvário de Jesus Cristo e o nosso; ninguém sofreu tanto e tão injustamente como Ele. Por isso, Ele é o “Senhor do Sofrimento”, como disse Isaías, “o Homem das Dores”.
Só a fé cristã pode ajudar o homem a entender o padecimento e a se livrar do desespero diante dele.
Quem nos ensinará sobre o sofrimento? Somente Nosso Senhor Jesus Cristo e aqueles que viveram a Sua doutrina. Nenhum deles disse um dia: “O Senhor me enganou!” Não. Ao contrário, nos lábios e na vida de Cristo encontraram força, ânimo e alegria para enfrentar o sofrimento, a dor e a morte.
Alguns perguntam: se Deus existe, então, como Ele pode permitir tanta desgraça, especialmente com pessoas inocentes?
Será que o Todo-poderoso não pode ou não quer intervir em nossa vida ou será que não ama os Seus filhos? Cada religião dá uma interpretação diferente para essa questão. A Igreja, com base na Revelação escrita e transmitida pela Sagrada Escritura, nos ensina com segurança. A resposta católica para o problema do sofrimento foi dada de maneira clara por Santo Agostinho († 430) e por São Tomás de Aquino († 1274): "A existência do mal não se deve à falta de poder ou de bondade em Deus; ao contrário, Ele só permite o mal porque é suficientemente poderoso e bom para tirar do próprio mal o bem" (Enchiridion, c. 11; ver Suma Teológica l qu, 22, art. 2, ad 2).
Como entender isso?
Deus, sendo por definição o Ser Perfeitíssimo, não pode ser causa do mal, logo, esta é a própria criatura que pode falhar, já que não é perfeita como o seu Criador. Deus não poderia ter feito uma criatura ser perfeita, infalível, senão seria outro deus.
Na verdade, o mal não existe, ensina a filosofia; ele é a carência do bem. Por exemplo, a doença é a carência do estado de saúde; a ignorância é a carência do saber, e assim por diante.
Por outro lado, o mal pode ser também o uso errado, mau, de coisas boas. Uma faca é boa na mão da cozinheira, mas na mão do assassino... Até mesmo a droga é boa, na mão do anestesista.
O Altíssimo permite que as criaturas vivam conforme a natureza de cada uma; permite, pois, as falhas respectivas. Toda criatura, então, pelo fato de ser criatura, é limitada, finita e, por isso, sujeita a erros e a falhas, os quais acabam gerando sofrimentos. Assim, o sofrimento é, de certa forma, inerente à criatura. O Papa João Paulo II, em 11/02/84, na Carta Apostólica sobre esse tema disse que: “O sentido do sofrimento é tão profundo quanto o homem mesmo, precisamente porque manifesta, a seu modo, a profundidade própria do homem e ultrapassa esta. O sofrimento parece pertencer à transcendência do homem” (Dor Salvífica, nº 2). “De uma forma ou de outra, o sofrimento parece ser, e de fato é, quase inseparável da existência terrestre do homem”
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